

Advogados de salvadorenho detido nos EUA pedem que ele seja mantido na prisão por medo de deportação
Os advogados do salvadorenho Kilmar Ábrego García, que foi deportado por erro e depois retornou aos Estados Unidos para enfrentar acusações de tráfico de pessoas, tomaram nesta sexta-feira (27) a decisão incomum de solicitar à justiça que o mantenha preso.
"A ironia deste pedido é evidente", disseram os advogados de Ábrego García, cujo caso se tornou um emblema das políticas de deportação do presidente Donald Trump.
Ábrego García, de 29 anos, foi deportado sumariamente para uma prisão de segurança máxima em El Salvador em março e depois, este mês, devolvido aos Estados Unidos, onde enfrenta acusações de tráfico humano.
Dois magistrados afirmaram que o salvadorenho, que está detido no Tennessee, pode ser libertado sob fiança enquanto aguarda julgamento.
Os promotores federais se opuseram à sua libertação por medo de que ele fosse novamente detido e deportado.
Esse temor levou os advogados de Ábrego García a pedirem à juíza Barbara Holmes que mantivesse seu cliente preso até a audiência do caso, programada para 16 de julho.
"Dado que não podemos confiar em nenhuma declaração do Departamento de Justiça sobre este assunto, solicitamos respeitosamente o adiamento da emissão da ordem de libertação até a audiência de 16 de julho", declararam.
"Um breve atraso impedirá que o governo expulse Ábrego", acrescentaram.
Ábrego García é réu em Nashville, Tennessee, por tráfico de imigrantes sem documentos entre 2016 e 2025.
O salvadorenho se declarou inocente, e Holmes afirmou em uma decisão no início desta semana que a promotoria não havia apresentado argumentos convincentes para que ele permanecesse detido enquanto aguarda julgamento.
Ábrego García vivia em Maryland até se tornar uma das mais de 200 pessoas enviadas à prisão Cecot em El Salvador como parte da ofensiva de Trump contra os imigrantes.
A maioria foi deportada sob suspeita, segundo o governo americano, de fazer parte da gangue venezuelana Tren de Aragua, declarada pelo governo como organização terrorista estrangeira.
Os advogados do Departamento de Justiça admitiram posteriormente que Ábrego García, que é casado com uma cidadã americana e desde 2019 gozava de um status de proteção, foi deportado devido a um "erro administrativo".
E.Taylor--VC