Vancouver Courier - Texas procura desaparecidos após enchentes que deixaram 68 mortos

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Texas procura desaparecidos após enchentes que deixaram 68 mortos
Texas procura desaparecidos após enchentes que deixaram 68 mortos / foto: © AFP

Texas procura desaparecidos após enchentes que deixaram 68 mortos

As equipes de emergência prosseguiam em uma luta contra o tempo neste domingo (6) para encontrar as dezenas de pessoas desaparecidas nas enchentes que afetaram o Texas, sul dos Estados Unidos, e que deixaram 68 mortos até o momento.

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Moradores se uniram às autoridades nas operações de busca pelos desaparecidos, que incluem 11 meninas de um grupo cristão que estavam acampadas na margem do rio Guadalupe.

No acampamento do condado de Kerr era possível observar cobertores, ursos de pelúcia e outros objetos que pertenciam às meninas cobertos de lama. A força da corrente destruiu as janelas dos chalés.

O governador do Texas, Greg Abbott, informou que o acampamento Mystic estava com quase 750 meninas no momento da cheia do rio. O local ficou "devastado de uma forma que nunca tinha visto em nenhum desastre natural", declarou.

"A altura da água atingiu a parte superior das cabanas", explicou Abbott na rede social X após visitar a área do desastre. "Não vamos parar até encontrarmos todas as meninas que estavam nas cabanas", acrescentou o governador republicano.

O vice-governador do estado, Dan Patrick, alertou que as chuvas de domingo provocarão mais inundações.

O número de mortos sobe a cada dia. "Infelizmente, esperamos que o número aumente", disse Patrick, ao canal Fox News.

As autoridades atualizaram o balanço neste domingo para 68 mortos.

Patrick relatou que um funcionário do acampamento Mystic enfrentou a corrente para quebrar a janela de uma cabana e permitir a fuga de um grupo de meninas, que poderiam morrer afogadas.

"Para se salvar, as meninas nadaram durante 10 ou 15 minutos. Vocês podem imaginar, na escuridão, com as águas agitadas, árvores passando ao lado delas e pedras caindo por cima?", descreveu.

Em um balanço anterior, os coordenadores das operações de busca informaram que 27 meninas do acampamento estavam desaparecidas, mas Dalton Rice, funcionário do governo do município de Kerrville, onde fica o acampamento Mystic, reduziu o número para 11 neste domingo.

O papa Leão XIV expressou condolências às famílias das vítimas. "Rezamos por eles", declarou o pontífice americano durante a oração dominical do Angelus no Vaticano.

- Mais chuvas -

O Serviço Nacional de Meteorologia (NWS) emitiu um alerta no domingo sobre o risco de novas tempestades, já que são esperadas chuvas torrenciais em áreas do Texas onde o solo já está saturado.

"É possível que caiam entre 50 e 100 milímetros adicionais de chuva, com bolsões isolados de quase 250 milímetros", informou o NWS em seu boletim mais recente. "É muito difícil prever exatamente onde acontecerão as chuvas mais fortes", acrescenta a nota.

Na sexta-feira, o nível do rio Guadalupe subiu quase oito metros em 45 minutos, após a queda de mais de 300 milímetros de chuva durante a noite, um terço da média de precipitações esperadas para todo o ano.

As inundações repentinas não são incomuns no sul e no centro do Texas, pois o solo não possui as condições para absorver a água das chuvas torrenciais.

A área onde ocorreu a grande tempestade no final de semana é conhecida como "corredor das inundações repentinas".

"A água chegava até a copa das árvores. Quase 10 metros", explicou Gerardo Martínez, um morador de 61 anos do município. "Carros e casas inteiras foram arrastadas rio abaixo", descreveu.

Cientistas e agências de gestão de desastres criticaram o presidente Donald Trump pelos cortes de financiamento e de funcionários no órgão de previsões e alertas meteorológicos, a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA).

A secretária de Segurança Nacional, Kristi Noem, afirmou neste domingo que Trump quer "melhorar as tecnologias" da NOAA. "Temos que renovar este sistema ultrapassado", disse em uma entrevista coletiva.

Os cientistas alertam que os fenômenos meteorológicos extremos, como inundações, secas e ondas de calor, estão se tornando cada vez mais comuns e intensos devido às mudanças climáticas provocadas pelos seres humanos.

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L.Bennett--VC