

PGR pede condenação de Bolsonaro por tentativa de 'golpe de Estado'
A Procuradoria-Geral da República (PGR) solicitou, nesta terça-feira (15), ao Supremo Tribunal Federal (STF) a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por "organização criminosa armada" e "golpe de Estado", em um caso que desencadeou uma crise diplomática entre o Brasil e os Estados Unidos.
Após vários dias de interrogatórios, a PGR reafirmou a alegação de que Bolsonaro e sete de seus ex-subordinados mais próximos tentaram "garantir permanência autoritária no poder por meio de tentativas de ruptura violenta da ordem democrática", segundo documento oficial divulgado nesta manhã.
Isso teria ocorrido após a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022 para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
"Com a comprovação da participação das pessoas nas ações, o procurador-geral da República reforçou que sejam condenados pelos seguintes crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado" e outros crimes relacionados a danos ao patrimônio público, afirmou a PGR.
O julgamento contra o líder de extrema direita foi condenado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que chamou o processo de "caça às bruxas" e anunciou tarifas de 50% sobre as importações brasileiras a partir de 1º de agosto.
O destino do ex-presidente e de seus ex-colaboradores agora está nas mãos do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que também está sob ameaça de sanções de Washington por suas decisões contra as plataformas de rede social americanas.
Bolsonaro e seus supostos cúmplices podem pegar cerca de 40 anos de prisão.
Bolsonaro alega ser inocente e "perseguido". Perante o STF, ele reconheceu ter considerado "um dispositivo constitucional" para impedir a posse de Lula.
O ex-presidente "instrumentalizou o aparato estatal e operou, de forma dolosa, esquema persistente de ataque às instituições públicas e ao processo sucessório", alega a PGR.
O plano fracassou devido à falta de apoio dos comandantes das Forças Armadas.
O presidente Lula disse que buscará negociações com Washington para evitar as tarifas, mas condenou a "interferência" de Trump na Justiça brasileira e anunciou uma possível "reciprocidade" com tarifas sobre as importações dos Estados Unidos.
I.Kaur--VC