Ausências de Sinner e Alcaraz não são por desinteresse pela Copa Davis, afirma diretor da ITF
A ausência dos líderes do ranking da ATP, Carlos Alcaraz e Jannik Sinner, na fase final da Copa Davis, em Bolonha, se deve a "casos particulares", e não a um desinteresse pela competição, afirmou o diretor-geral da Federação Internacional de Tênis (ITF), Ross Hutchins, em entrevista à AFP nesta terça-feira (18).
Horas depois de Alcaraz anunciar que não disputará o torneio de seleções devido a uma lesão, Hutchins reconheceu que "a intensidade do calendário aumentou" e se mostrou aberto a discutir uma evolução do formato da competição, que poderá ser realizada a cada dois ou quatro anos.
PERGUNTA: As ausências de Alcaraz, Sinner e Lorenzo Musetti (N.8) são um reflexo da perda de atratividade da Copa Davis?
RESPOSTA: "Jannik fez uma temporada incrível. Jogou a final de todos os torneios que disputou desde o ATP 500 de Halle, em junho [abandonou na 3ª rodada o Masters 1000 de Xangai, em outubro]. Ele já expressou seu amor pela Copa Davis, que venceu em suas duas últimas edições. Ele mostrou seu comprometimento com esta competição. Quanto a Lorenzo, entendi que está fora porque sua esposa está esperando um bebê. É uma razão compreensível e pessoal, eu não perderia esse momento por nada no mundo. Sobre Carlos, sofreu uma lesão há dois dias (...) São três casos particulares, a ausência este ano é compreensível".
P: Além dos três jogadores já mencionados, apenas três membros do Top 20 estão presentes em Bolonha. Como você explica isso?
R: "Queremos que os melhores jogadores participem das competições mais importantes e, do nosso ponto de vista, a Copa Davis é a maior delas. Continuamos tentando torná-la atrativa para os melhores jogadores e seleções nacionais. Mas, em último caso, a escolha dos jogadores cabe aos capitães".
P: Há vários anos, a ITF apresenta a Copa Davis como a "Copa do Mundo do tênis". Você estaria disposto a organizar a competição a cada dois ou quatro anos, como a Copa do Mundo de futebol ou de rúgbi, conforme pedem por alguns jogadores?
R: "Primeiro, precisamos avaliar como a competição vai se desenvolver em Bolonha (...) E teremos que discutir isso com os jogadores e as demais entidades que regem o tênis. A intensidade do calendário aumentou, os jogadores têm que competir em mais torneios a cada ano (...) Já conversei com muitos dos melhores jogadores do mundo nos últimos dias para saber seus pontos de vista, e queremos entender a perspectiva de todos".
P: O aumento do número de competições por equipes (United Cup, Hopman Cup, Laver Cup...) afetou a singularidade da Copa Davis?
R: "É verdade que as competições por equipes são um sucesso. Embora eu tenha ajudado a organizar essas competições em funções anteriores [ocupou vários cargos de gestão na ATP], acredito que a Copa Davis continua sendo superior a elas, devido à sua história, sua importância e prestígio. E acredito que a Copa Davis continuará sendo a principal competição de tênis por equipes, o troféu de maior prestígio do esporte. Portanto, devemos continuar a desenvolvê-la, independentemente do que aconteça ao nosso redor".
W.Adams--VC